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Principal técnica de reprodução assistida, a fertilização in vitro (FIV) é atualmente apontada como o tratamento mais eficaz para praticamente todas as causas de infertilidade, aumentando significativamente as chances de gravidez em diversas condições. Uma das etapas da FIV é a transferência embrionária.
O funcionamento do processo de transferência é o tema que vou abordar neste post. É importante acompanhar a leitura, afinal, esse é um dos principais passos para garantir que a implantação do embrião seja bem-sucedida e, consequentemente, a gravidez.
O tratamento de FIV é realizado em etapas:
A transferência do embrião é um dos passos mais importantes para determinar o sucesso do tratamento de FIV.
Existem dois métodos para realizar o procedimento: transferência de embriões frescos e transferência de embriões congelados.
A transferência de embriões frescos acontece no mesmo ciclo de estimulação ovariana, quando foram coletados os óvulos para a realização da FIV. Por outro lado, a transferência de embriões congelados é feita no próximo ciclo de ovulação da paciente ou no futuro, de acordo com o objetivo do tratamento. Não há limitação de tempo para a realização da FIV se houver embriões congelados disponíveis.
Atualmente, o percentual de nascidos vivos é semelhante nos dois métodos. De acordo com pesquisas recentes, mulheres que receberam embriões congelados e frescos apresentaram índices de nascidos vivos de 48,8% e 47,3%, respectivamente.
Após a fertilização, os embriões podem ser transferidos em dois estágios de desenvolvimento: o de clivagem, que ocorre entre o segundo e terceiro dia (D3), ou o de blastocisto, que ocorre entre o quinto e sexto dia.
A definição do melhor estágio deve ser uma indicação individualizada, levando em consideração diversos fatores, como o desenvolvimento do tratamento, a idade da mulher, a qualidade e quantidade dos embriões formados, o número de tentativas anteriores ou mesmo questões emocionais.
No terceiro dia de desenvolvimento, chamado D3, o embrião ideal tem cerca de 8 células, todas iguais sem diferenciação.
Entre o quinto e sexto dia de desenvolvimento, ele chega à fase conhecida como blastocisto. Nela, já apresenta centenas de células diferenciadas e migradas para locais específicos que darão origem posteriormente ao feto e à placenta.
Em uma gestação natural, a implantação do embrião na cavidade uterina ocorre, em média, entre 5 e 7 dias após a fertilização – período conhecido como janela de implantação –, ou seja, no estágio de blastocisto.
Entre as vantagens de realizar a transferência de blastocisto está a melhor sincronização do embrião com o endométrio no momento do procedimento, proporcionando, consequentemente, taxas mais expressivas de implantação.
A transferência nessa etapa também é a melhor indicação para casais que pretendem realizar o teste genético pré-implantacional (PGT), garantindo o tempo necessário para que a pesquisa seja realizada.
No estágio de blastocisto, o percentual de gravidez bem-sucedida por transferência única de embriões também é maior.
Por outro lado, a transferência embrionária em D3 pode ser uma estratégia para reduzir a exposição do embrião aos meios de cultivo artificiais. Nenhum meio de cultivo laboratorial é mais adequado do que o ambiente uterino.
Além disso, nos casos em que o número de embriões formados é pequeno (4-5 embriões) ou de má qualidade, a recomendação é não aguardar até o estágio de blastocisto – o cultivo em laboratório pode comprometer a sobrevida – e optar por fazer a transferência em D3.
Por esse motivo, a transferência realizada nesse estágio é, ao mesmo tempo, uma opção para falhas de implantação .
Após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, é formado o zigoto, que passará por sucessivas divisões mitóticas e diferenciação celular, até a formação do embrião. Esse processo é denominado embriogênese ou desenvolvimento embrionário e possui as seguintes etapas:
Etapa em que ocorrem diversas divisões celulares denominadas clivagens. Progressivamente as células aumentam e continuam a se dividir, mas também começam a se diferenciar, até formarem uma massa celular denominada blastocele. Essa fase da segmentação é chamada blastocisto.
Na etapa de gastrulação, é definido o plano corporal a partir da formação dos folhetos germinativos: ectoderma, endoderma e mesoderma. As células da blástula (blastocisto) se rearranjam. As que migram para região interna (endoderma e mesoderma) serão, posteriormente, diferenciadas em músculos e órgãos internos, e as superficiais (ectoderma), em sistema nervoso e pele.
Nessa etapa do processo de desenvolvimento embrionário, os três folhetos germinativos se diferenciam e dão origem aos órgãos internos. Ela inicia nos cordados, com a neurulação, que consiste na formação do tubo neural a partir do ectoderma, responsável pela formação de alguns tipos celulares, como os pigmentares, além de neurônios sensoriais do sistema nervoso periférico.
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