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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

O que é adenomiose?

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A adenomiose é uma das doenças mais complexas de diagnosticar e tratar que provavelmente pode, embora ainda não haja um consenso, levar a mulher à infertilidade, condição clinicamente definida como a ausência de gravidez após um ano de relações sexuais regulares sem que sejam utilizados métodos contraceptivos. Muitos casais no mundo todo têm dificuldades em engravidar.

Diversos fatores podem causar infertilidade feminina: doenças diversas, condições hormonais que levam a complicações que podem interromper o funcionamento desse sistema, assim como a idade, o principal deles. Depois dos 35 anos, as mulheres sofrem uma intensa perda de fertilidade, portanto o ideal é planejar a gravidez para antes desse período ou procurar a preservação da fertilidade (congelamento de óvulos).

Sendo um dos órgãos do sistema reprodutor feminino, o útero exerce papel fundamental na fertilidade. É nele que o embrião se fixa e o feto se desenvolve. Esse órgão tem diferentes camadas que exercem papéis diversos.

Os tecidos que compõem a camada uterina podem causar doenças que, por vezes, são de difícil diagnóstico. A adenomiose é uma dessas doenças e será discutida de forma aprofundada neste texto.

O que é adenomiose?

A adenomiose é uma doença benigna frequente, cuja incidência é estimada entre 20% e 30% da população feminina. Essa doença acomete a camada intermediária do útero, chamada miométrio.

O miométrio é a camada muscular responsável pelas contrações uterinas durante o trabalho de parto, que tem a função de facilitar a saída da criança do útero.

As contrações desse tecido também ocorrem mensalmente durante a menstruação, com a finalidade de fazer com que o tecido endometrial se desprenda da parede uterina e seja eliminado na forma de sangue. Essa é a causa das cólicas menstruais ou dismenorreias.

O tecido endometrial é a camada que reveste a parede uterina, sendo o local no qual o embrião se implanta para que a gravidez tenha início, etapa conhecida como nidação.

No entanto, fragmentos desse tecido podem, por vezes, surgir no miométrio, levando a inflamações e sangramentos cíclicos que ocorrem dentro dessa camada.

Os fragmentos do tecido endometrial podem se deslocar para apenas uma parte do miométrio ou podem se dispersar por toda a camada muscular. Dessa forma, a adenomiose tem diferentes classificações, de acordo com a porção do miométrio afetada.

Causas da adenomiose

As causas dessa doença não estão completamente esclarecidas. Ela pode estar relacionada a traumas resultantes de cirurgias ginecológicas na região, como uma cesárea, ou curetagem, procedimento realizado para retirar resquícios de um abortamento.

A hemorragia uterina anormal ou as cólicas menstruais também podem ter relação com a presença indevida do tecido endometrial na camada intermediária do útero.

Sintomas da adenomiose

Os sintomas mais comuns da adenomiose são o sangramento excessivo (intensificação do fluxo menstrual), fortes cólicas menstruais, aumento do útero e a infertilidade.

O funcionamento do tecido endometrial é diretamente relacionado ao ciclo menstrual, uma vez que o estímulo para o aumento de sua espessura é feito pelo hormônio denominado estrogênio. Dessa forma, a adenomiose aparece relacionada com a idade fértil da mulher, por ser dependente da ação do estrogênio. Caso o nível de estrogênio caia, a tendência é que a doença regrida.

Dores pélvicas crônicas também podem se fazer presentes, bem como a anemia. Entretanto, esses sintomas são da mesma forma relatados em outras doenças, o que dificulta o diagnóstico da adenomiose.

A adenomiose causa, ainda, a alteração do fluxo menstrual e, por vezes, pode levar à infertilidade.

Exames e diagnóstico da adenomiose

Os exames mais indicados para o diagnóstico da adenomiose são a ultrassonografia, a ressonância magnética e a histeroscopia. Isso ocorre porque esses exames permitem uma análise detalhada da cavidade uterina e podem detectar a presença do tecido endometrial no miométrio.

Eles podem ser solicitados após a avaliação ginecológica da paciente, que pode levar à suspeita da doença após análise e relato dos sintomas presentes. O médico pode também realizar a biópsia a fim de eliminar a possibilidade de câncer endometrial.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento da adenomiose depende dos sintomas apresentados. Quando a doença é considerada leve, pode ser tratada com medicamentos hormonais, que visam controlar a ação do tecido endometrial ao inibir a ação do estrogênio e, ao mesmo tempo, podem ser eficientes para controlar sintomas como sangramento e dores menstruais intensas.

O tratamento de casos mais graves é feito por meio da histerectomia, procedimento que consiste na extração parcial ou total do útero. Essa abordagem, no entanto, ocorre somente em casos severos.

Mulheres que sejam diagnosticadas com infertilidade e desejem engravidar podem submeter-se a uma técnica de reprodução assistida, principalmente a FIV (fertilização in vitro).

A escolha da técnica adequada, entretanto, depende da forma de tratamento definida pelo médico, bem como da análise dos sintomas apresentados. Dessa forma, deve ser realizada uma investigação profunda das causas da infertilidade.

Nos casos em que o útero deve ser removido, a paciente que deseja ser mãe pode recorrer a técnicas como a cessão temporária de útero ou útero de substituição, cuja realização está regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

A adenomiose é uma doença que acomete mulheres e pode levar à infertilidade. Seu tratamento depende da gravidade da doença e dos sintomas apresentados.

Saiba mais em outro texto sobre adenomiose.

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