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Hidrossalpinge: saiba tudo sobre a doença

É possível engravidar com endometriose?

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A endometriose é uma doença crônica e inflamatória complexa, caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. As causas desse crescimento, até o momento, não são totalmente conhecidas.

Embora existam muitas teorias, a mais aceita foi proposta na década de 1920. Ela sugere que fragmentos do tecido endometrial, geralmente eliminados durante a menstruação, retornam e se alojam dentro da cavidade peritoneal, ao invés de serem expulsos. Esse processo é conhecido como menstruação retrógada.

O aumento da incidência em parentes de primeiro grau de mulheres (mães, irmãs e filhas) com endometriose sugere, ao mesmo tempo, que a hereditariedade também pode ser um fator motivador.

Apesar de na grande maioria dos casos a endometriose não ter cura, motivo pelo qual ela é classificada como crônica, é possível controlar os sintomas e aumentar as chances para uma gravidez bem-sucedida.

Vou explicar, neste post, as características da endometriose e como essa doença se relaciona com a infertilidade, além de apontar as taxas de sucesso no processo gestacional!

Quais são as manifestações clínicas da endometriose?

Embora em alguns casos a endometriose seja assintomática, as portadoras, independentemente da idade, podem apresentar manifestações clínicas de intensidade variada.

Os principais sintomas que alertam para a necessidade de procurar um especialista são:

Relação entre endometriose e infertilidade

Entre os fatores que podem provocar infertilidade, a endometriose registra o percentual mais expressivo de casos. É considerada atualmente, inclusive, a principal causa de infertilidade feminina .

Apesar de mulheres inférteis apresentarem mais chances de desenvolver a doença, quando comparadas com mulheres férteis, nenhuma pesquisa realizada até o momento conseguiu definir com exatidão a associação entre ela e a dificuldade de reprodução.

Essas pesquisas, entretanto, sugerem que a relação entre o binômio infertilidade-endometriose pode ocorrer a partir de diferentes mecanismos, entre eles anatomia pélvica distorcida, anormalidades endócrinas, ovulatória e nas funções hormonais.

A alteração anatômica que ela pode provocar no aparelho reprodutivo feminino, por exemplo, explica a infertilidade em mulheres com formas graves de endometriose. As aderências pélvicas que são formadas a partir do seu desenvolvimento ocasionam a obstrução das tubas uterinas, inibindo desde o transporte dos óvulos até o encontro com o espermatozoide e, consequentemente, a fecundação.

Por outro lado, há mulheres com quadros de endometriose inicial que também podem apresentar dificuldades para engravidar. Nesse caso, a infertilidade pode ser provocada por questões hormonais ou mesmo imunológicas.

Diferentes pesquisadores apontam, ainda, para a possibilidade de a endometriose comprometer a implantação do embrião, uma vez que ela altera a receptividade do endométrio, imprescindível para que o processo seja bem-sucedido.

Exames para diagnosticar a endometriose

O primeiro procedimento para diagnosticar a endometriose é o exame clínico, que vai detectar alterações como o aumento no volume uterino ou dos ovários.

Para determinar a localização das lesões e indicar o tratamento, serão realizados exames de imagem, tais como ultrassonografia transvaginal ou abdominal e ressonância magnética pélvica.

Em casos menos severos (endometriose peritoneal ou superficial), geralmente é recomendado o tratamento clínico hormonal e analgésico, que deverá durar enquanto os sintomas persistirem caso a mulher não deseje engravidar.

No entanto, se não houver melhora em até 12 meses, a recomendação passa a ser cirúrgica, o mesmo procedimento que deve ser adotado nos outros dois tipos: endometriose ovariana (endometriomas) e endometriose infiltrativa profunda, principalmente quando os sintomas são severos ou se existir o desejo de engravidar.

Como são avaliadas as características da doença?

A endometriose é classificada em quatro tipos diferentes, mínima (estágio I), leve (estágio II), moderada (estágio III) ou grave (estágio IV), e em três subtipos morfológicos, de acordo com a sua localização:

É possível engravidar com endometriose?

Alguns fatores interferem na concepção natural das mulheres portadoras de endometriose, entre eles a duração da infertilidade, extensão da doença, envolvimento da tuba uterina, idade e histórico de gravidez no passado.

Para facilitar a gravidez é indicado o tratamento cirúrgico. Minimamente invasiva, a cirurgia é feita por videolaparoscopia, técnica realizada com o auxílio de uma microcâmera, que é introduzida pelo abdômen, e instrumentos que promovem a retirada do tecido endometrial ectópico sem afetar os órgãos envolvidos.

Após a remoção dos tecidos a probabilidade de engravidar naturalmente é significativa. Quando isso não acontece, é possível recorrer a técnicas de reprodução assistida:

A inseminação intrauterina (IIU) com indução da ovulação é um tratamento eficaz para os casos de endometriose mínima ou leve;

A FIV é indicada para os casos de endometriose de terceiro ou quarto grau, em que há comprometimento tubário.

Taxas de sucesso de gravidez em mulheres com endometriose

Mesmo que uma boa parte das mulheres consiga engravidar naturalmente após a remoção do tecido, as chances de sucesso variam, ao mesmo tempo, de acordo com a gravidade da endometriose, embora a diferença percentual seja mais acentuada no estágio mais grave da doença.

De modo geral, as complicações da endometriose durante a gravidez são raras, porém há um risco aumentado de placenta prévia (implantação da placenta na porção mais baixa da cavidade uterina) e de gravidez ectópica (que ocorre fora do útero, geralmente nas tubas uterinas).

No entanto, se após a remoção do tecido ectópico ainda houver dificuldades para engravidar, é possível aumentar as chances pelo tratamento com fertilização in vitro (FIV), que possui percentuais bastante altos de sucesso gestacional por ciclo de realização do tratamento: em média 40%.

Considerada a principal técnica de reprodução assistida, na FIV é possível contornar problemas como as obstruções tubárias, uma vez que a fecundação é realizada de forma artificial, em laboratório, ou de implantação embrionária, pois possibilita a definição do período mais receptivo para a transferência do embrião pelo teste ERA, uma das técnicas complementares ao tratamento.

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